Referenciação: como o Google AI Overview está redefinindo as regras do jogo para ser visível

O Google está lançando seus AI Overviews, resumos criados por inteligência artificial que aparecem antes dos resultados de busca. Uma pequena revolução que está abalando o mundo da web e levantando questões: será uma benção ou um problema para os sites e nossa sede de informação?

Você está procurando a melhor receita de panquecas ou a idade do Capitão Haddock? Pronto, o Google cada vez mais lhe oferece um resumo pronto, preparado por sua inteligência artificial, antes mesmo da lista de links tradicionais. Prático, não é? Mas essa nova funcionalidade, batizada de AI Overview (ou AIO para os íntimos), está causando um certo rebuliço no mundo do SEO e pode muito bem mudar nossa maneira de consumir informações na web. Então, essa IA é nosso novo mordomo digital ou uma máquina de respostas que pode nos fazer esquecer o prazer de clicar?

Google AI Overview: mas o que é essa criatura?

Imagine: você faz uma pergunta ao Google e, em vez de deixar você se virar com uma lista de links azuis, ele oferece diretamente um resumo, uma espécie de "digest" do que encontrou de mais relevante na web. Isso é o AI Overview (AIO). É como se o Google tivesse contratado um documentarista ultrarrápido que sintetiza para você informações de várias fontes, muitas vezes reescrevendo-as em tempo real. O objetivo? Dar uma resposta mais direta e completa, especialmente se sua pergunta for um pouco complicada.

Mas atenção, essa IA não tira suas respostas do nada! Segundo um estudo da seoClarity de março de 2025, mais de 99% das informações usadas pelos AIO vêm dos dez primeiros resultados de busca orgânica. Ou seja, a IA busca no que já é considerado o "top do top" pelo Google.

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SEO de pernas para o ar?

Para os criadores de sites, a chegada dos AIO é como um novo jogo com novas regras. O SEO (Search Engine Optimization), essa arte sutil de otimizar seu site para agradar ao Google e aparecer em boa posição, não morreu, longe disso! Mas precisa se reinventar seriamente.

Uma das grandes dúvidas é o impacto na taxa de cliques (CTR), ou seja, a porcentagem de pessoas que clicam em um link depois de vê-lo. E os primeiros dados não são nada animadores. Uma análise da Ahrefs em março de 2025 mostrou uma queda de 34,5% no CTR para a primeira posição orgânica quando um AIO estava presente. Outro estudo da Amsive falava em uma queda média de 15,49%. Lógico: se o Google já dá a resposta diretamente, por que você clicaria em outro lugar?

É aí que entra um conceito crucial, repetido à exaustão pelo Google e pelos especialistas: o E-E-A-T. O quê? É o acrônimo para Experiência, Expertise, Autoridade e Confiabilidade (Trustworthiness em inglês). Para ter chance de ser citado por um AIO, ou simplesmente para que os internautas continuem visitando seu site, você vai precisar provar que seu conteúdo não só é relevante, mas também superconfiável, escrito por especialistas e que transborda experiência vivida. Chega de blá-blá, é hora de informação blindada!

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O exemplo local: a IA vai com calma

Se você busca um "Serviço em Nome da cidade", não espere ainda um AIO superdetalhado. Em março de 2025, os dados americanos (de novo da seoClarity) mostravam que os AIO apareciam em apenas 0,14% das palavras-chave locais. Por enquanto, o impacto no pequeno comércio da região parece mínimo. As boas e velhas fichas do Google Business Profile (aquelas com mapa, horários e avaliações) continuam reinando para encontrar o cabeleireiro ou o restaurante do bairro.

O grande desafio: ser "citável" pela IA

Então, como se destacar nesse novo cenário? A chave é criar conteúdo que a IA queira citar e que dê aos humanos um bom motivo para clicar e saber mais. Pense em análises aprofundadas, estudos de caso originais, opiniões de especialistas bem fundamentadas ou até ferramentas interativas que a IA não consiga simplesmente resumir.

Os tipos de buscas mais afetados negativamente (em termos de cliques) são aquelas que pedem uma resposta factual simples, como um "como fazer" básico ou uma definição. A IA é ótima nisso. Por outro lado, para temas complexos, análises profundas ou conteúdos muito específicos (como os relacionados a dinheiro ou saúde – os famosos "Your Money or Your Life"), a IA é mais cautelosa ou ainda precisará se apoiar em fontes humanas superconfiáveis.

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Quais estratégias para o futuro?

• Qualidade, qualidade, qualidade: Conteúdo aprofundado, único e com um E-E-A-T impecável.
• Pensar em "conversa": Antecipar perguntas complexas dos usuários, aquelas que pedem uma síntese que o AIO poderia fornecer.
• Estruturar para a IA: Títulos claros, listas, respostas diretas às perguntas. Como preparar fichas para um aluno (muito) inteligente.
• Não apostar tudo no Google: Diversificar as fontes de tráfego continua sendo uma precaução sábia.

A IA muda o jogo, mas não acaba com ele

Não, a chegada do Google AI Overviews não significa o fim do SEO nem a morte dos sites. É uma evolução, sem dúvida importante, mas a web sempre soube se adaptar. O desafio é passar de uma corrida por posicionamento para uma busca por "citabilidade" pela IA, oferecendo um valor tão forte que o humano ainda vai querer (e precisar) clicar. O conteúdo volta a ser rei, mas um rei que precisa provar sua expertise e utilidade a todo momento.

Então, prontos para se tornar a fonte preferida da sua IA?