Capgemini, SAP e a promissora startup francesa Mistral AI unem forças para implementar mais de 50 aplicativos de IA generativa personalizados para indústrias onde o erro não é permitido. Um grande desafio para uma tecnologia que ainda está em plena ebulição.
E se a inteligência artificial generativa, essa tecnologia capaz de criar textos, imagens ou códigos sob demanda, pudesse entrar de forma disciplinada nos setores mais controlados, como finanças ou defesa? Essa é a aposta um tanto ousada que três grandes players acabam de fazer: o gigante de consultoria Capgemini, o maestro alemão de softwares empresariais SAP e a startup francesa em ascensão, Mistral AI. Juntos, eles querem provar que até a IA mais criativa pode vestir um terno e gravata e seguir as regras à risca.
27/05/2025 21:34 JérômeQuando falamos de IA generativa, ou "GenAI" para os íntimos, muitas vezes imaginamos uma criatividade transbordante, um tanto caótica. Pense naqueles softwares que escrevem um poema em segundos ou geram imagens surreais. É como um cérebro digital gigante alimentado por bilhões de dados, capaz de produzir conteúdo novo. Mas essa liberdade pode assustar indústrias onde a segurança de dados e a conformidade regulatória são soberanas. "As empresas estão cada vez mais adotando IA generativa para aumentar resiliência, otimizar operações e acelerar o retorno sobre investimento", explica Fernando Alvarez, diretor de estratégia da Capgemini. O desafio é grande: como domar esse poder para setores como serviços financeiros, setor público, aeroespacial, defesa ou energia?
Para enfrentar esse desafio, cada parceiro contribui com sua expertise.
Na prática, como serão essas aplicações de IA? Os parceiros revelaram alguns exemplos. No setor energético, fala-se em "inspeção preditiva por drones", onde a IA analisaria imagens para antecipar necessidades de manutenção. Para aeroespacial e defesa, haveria "assistência ampliada para técnicos", ajudando por exemplo a gerenciar não conformidades em campo, conforme detalhado pela ActuIA. Outros casos de uso mais transversais visam otimizar "compras inteligentes multifonte".
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Essas soluções são projetadas para serem "business-ready" (prontas para negócios) e algumas são até classificadas como "low-impact". Embora o termo não seja oficialmente definido, o ITBrief Asia menciona casos de uso que buscam "minimizar impacto ambiental com menor pegada de carbono". Uma IA mais verde, além de mais segura? A ideia é sedutora.
Você sabia?
Capgemini e SAP não estão em sua primeira colaboração em IA. Já haviam trabalhado juntos, inclusive com a fabricante automotiva Brose, no projeto "SupplierGPT", um assistente de IA para fornecedores baseado na plataforma SAP BTP.
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O verdadeiro feito dessa aliança, como destaca Marjorie Janiewicz, responsável por receitas na Mistral AI, é "tornar a integração efetiva de IA mais acessível para todas organizações, inclusive em setores altamente regulados". Pois o paradoxo persiste: como implantar uma tecnologia tão disruptiva quanto IA generativa em ambientes onde cada vírgula importa e o menor vazamento de dados pode ter consequências desastrosas?
A resposta, segundo os parceiros, está numa abordagem onde governança e alinhamento regulatório são incorporados "desde a concepção". Trata-se de construir uma IA responsável, onde ética não é opcional.
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O anúncio dessa colaboração entre Capgemini, SAP e Mistral AI marca um passo significativo. Mostra a vontade de desmistificar a IA generativa e torná-la operacional, mesmo onde menos se esperava. Combinando os modelos da Mistral AI, a robustez da plataforma SAP e a expertise setorial da Capgemini, o trio espera transformar promessas de IA em valor tangível para empresas, mantendo os devidos controles.
Resta ver como esses "mais de 50 casos de uso" serão implementados e como as indústrias receberão essas ferramentas. Uma coisa é certa: se a IA provar seu valor nesses setores ultrasensíveis, terá verdadeiramente conquistado seu lugar ao sol. E quem sabe, até seu gerente bancário possa um dia falar a linguagem da GenAI? Seria uma pequena revolução!
Jerome
Especialista em desenvolvimento web, SEO e inteligência artificial, a minha experiência prática na criação de sistemas automatizados remonta a 2009. Hoje em dia, além de redigir artigos para decifrar a atualidade e os desafios da IA, desenho soluções à medida e intervenho como consultor e formador para uma IA ética, eficiente e responsável.